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Brasil

Indumentária Colonial

Publicado: Terça, 06 de Fevereiro de 2018, 13h49 | Última atualização em Terça, 06 de Fevereiro de 2018, 13h49

  •  A roupa e a moda no período joanino

    Maria do Carmo Teixeira Rainho
    Doutoranda em História - UFF
    Pesquisadora do Arquivo Nacional

    A transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, promoveu mudanças expressivas tanto no espaço urbano como no comportamento dos habitantes do Rio de Janeiro, incluindo as práticas de consumo, a sociabilidade e os padrões de vestimenta. Com a vinda da Corte, a cidade se tornou também um espaço privilegiado para a difusão da moda europeia.

    A oferta de bens de luxo e de trajes importados no Rio de Janeiro beneficiou-se, em primeiro lugar, do status alcançado pela Inglaterra em relação ao comércio com o Brasil com a abertura dos portos, o que se traduziu na venda de tecidos e calçados. Quanto aos produtos franceses - tecidos e roupas femininas, chapéus, cosméticos e perfumes - passaram a ser oferecidos nas lojas das ruas dos Ourives e Ouvidor após a celebração da paz entre a França e Portugal, em 1814.

    O sucesso alcançado pelo comércio francês devia-se em grande parte ao fato da França ter se tornado um modelo de bom gosto e elegância, que durante todo o século XIX dominou, especialmente, os trajes femininos. Segundo Gilles Lipovetsky, isso acontecia, aliás, em todo o mundo:

    a partir do século XVII, a França se impôs cada vez mais como farol da moda na Europa, e a prática das ‘bonecas de moda', essas primeiras embaixatrizes de moda, que se torna corrente no século XVIII, revela ao mesmo tempo a tendência à unificação do traje europeu e o polo atrativo de Paris.1

    A difusão da moda europeia no Rio de Janeiro se deveu também a novas exigências impostas à boa sociedade após 1808, um processo de "civilização dos modos" que refletia novas formas de socialização, com maior circulação nos espaços públicos, promoção de festas e saraus nas residências, frequência aos teatros e restaurantes, ampliando uma sociabilidade restrita, até então, aos tradicionais eventos religiosos e reuniões familiares.

    Desse modo, tornam-se obrigatórios os cuidados com a higiene, as boas maneiras à mesa - incluindo o uso correto dos talheres -, o refinamento dos gostos e a adequação e a distinção dos trajes, com a adoção de vestimentas que respeitassem a ocasião, hora do dia, estado civil e faixa etária, tal como prescreviam os manuais de etiqueta e civilidade.2 A apreensão dessas regras e comportamentos era um dos elementos que possibilitaria à boa sociedade nivelar-se aos seus pares europeus e, ao mesmo tempo, distinguir-se do resto da população, "do povo mais ou menos miúdo e dos escravos".3

    A adoção da moda europeia constituía-se, assim, naquilo que Herbert Spencer qualificou de imitação respeitosa, através da qual se busca alcançar a simpatia daquele a quem se imita. Mas, seguir a moda europeia relacionava-se ainda a uma necessidade de novas distinções. Segundo Frédéric Mauro, era uma escolha que expressava a "vontade de diferenciar-se do escravo negro e até do índio, de guardar o selo da Europa, da civilização, (...) marca de um complexo de inferioridade inconfesso e inconfessável em relação ao europeu".4

    É importante ressaltar que, quer se tratassem das vestimentas da moda ou das fardas,5 o preço das roupas, acessórios e jóias era bastante alto. Conforme aponta Maria Beatriz Nizza em relação às fardas, mesmo um simples empregado público como Luís Gonçalves dos Santos estava compelido ao seu uso, o que o levava a reclamar indignado tanto do preço da indumentária quanto dos seus excessivos ornamentos: "constrangido vesti e estreei a minha farda de oficial de secretaria que, havendo-me importado perto de 120$000 réis com todas as suas bonecrices adjuntas, me encheu de vergonha".6  A autora nos lembra ainda que mesmo fardas já usadas como as que constam do inventário do negociante Elias Antônio Lopes eram avaliadas em 60$000 réis e 30$000 réis.
    Os inventários, assim como os anúncios da Gazeta do Rio de Janeiro e as obras produzidas por viajantes como Debret, Rugendas e Chamberlain, entre outros, constituem um corpus significativo para aqueles que se interessam pelas escolhas vestimentares do período joanino. No acervo do Arquivo Nacional, além dos livros dos viajantes - destacando-se a sua iconografia -, encontram-se inúmeros inventários, dos quais selecionamos três, o de Elias Antônio Lopes,7 o de Ana Jacinta Teodoro de Barros8 e o de Ana Joaquina Deschamps.9

    O inventário do conselheiro Elias, de 1815, chama a atenção pela quantidade e variedade de peças. Além das mencionadas fardas, dele constam inúmeras casacas, jaquetas, coletes, calças, calções e capas em tecidos nobres como o cetim e a seda e rústicos como o morim e a ganga. Vemos ainda referências ao robissão, sobrecasaca comprida, confeccionada em cor de vinho, azul, vermelho, ou em tecido listrado. Entre os acessórios estão cinco pares de sapato e um de botas, lenços, chapéus, luvas, uma bengala, um par de óculos e um relógio. As peças relacionadas à Ordem de Cristo também se distinguem pela sua riqueza, sobretudo as que incluem pedras preciosas e ouro, como o placar10 com "seiscentos e sessenta e três brilhantes grossos e miúdos, noventa e quatro rubis no coração e cruz e trinta e quatro esmeraldas na coroa" no valor de quatro mil réis.

    As jóias, aliás, são um dos elementos de distinção social mais marcantes para homens e mulheres. Algumas jóias eram exclusivamente masculinas como as "fivelas antigas para pescocinho", as "fivelas de calção (de cós ou de liga)", os espadins com os seus ganchos de prata, as bengalas e os relógios como o que consta do inventário de Elias, com caixa de ouro, marca Spencer & Kerkins. Para as mulheres, eram comuns os alfinetes de peito, os pentes de cabelo, os cordões de ouro. Anéis, fivelas pequenas e fivelas de sapato eram usados por ambos os sexos. Uma grande parte das jóias apresentava, além do ouro, pedras preciosas como topázios, diamantes, águas-marinhas, crisólitas e esmeraldas. Estas últimas, diferente do que muitos afirmam, não eram encontradas no Brasil, pelo menos até meados do século XX.

    Quanto à indumentária feminina, é interessante proceder a uma comparação entre o inventário de Ana Jacinta, de 1808, e o de Ana Joaquina, de 1816. Ambas possuem trajes e adornos de valor, como o anel com 38 diamantes em prata e ouro avaliado em trinta e dois mil réis, além dos inúmeros cordões, rosários e brincos, de Ana Jacinta, ou as várias peças confeccionadas em seda de Ana Joaquina. Contudo, no intervalo de oito anos entre um inventário e outro percebemos uma maior especialização das roupas - como "uma saia de chita para montar a cavalo" -, um uso mais ampliado de tecidos nobres - pois enquanto no inventário de Ana Jacinta a casimira se destaca, no de Ana Joaquina temos além da seda, peças em tafetá e filó de seda -, e uma maior quantidade e variedade de acessórios, como guarda-sóis, leques de seda bordados, leques de marfim, luvas de pelica e toucados.

    Ressaltamos que a grande circulação de produtos de luxo após a vinda da Corte, sobretudo a partir do estabelecimento da paz com a França, não deve nos enganar quanto aos estratos da população do Rio de Janeiro que podiam consumi-los. A oferta de produtos e serviços - cabeleireiros, chapeleiros, modistas - era grande, porém, segundo Maria Beatriz Nizza, a partir dos cálculos do cônsul francês Maler escrevendo em 1816, apenas um oitavo da população urbana do Rio de Janeiro tinha acesso a esses bens e serviços.

    Nesse sentido, para aqueles que desejam refletir sobre as escolhas vestimentares do período joanino, e não apenas sobre a moda, alguns desafios se colocam. O primeiro deles se refere a uma dificuldade em obter informações sobre a indumentária de categorias como a de artífices e pequenos empregados públicos ou das mulheres brancas e pobres. Quanto às populações escravas, como ir além dos relatos e da iconografia dos viajantes e dos anúncios de escravos fugidos publicados em jornais como a Gazeta do Rio de Janeiro? Além dessas fontes que contêm informações relevantes sobre tecidos e peças, alguns códices do acervo do Arquivo Nacional11, explorados por Maria Beatriz Nizza, fornecem pistas sobre mercadorias furtadas por escravos, revelando que roupas, sapatos e tecidos eram objeto de desejo não apenas pelo seu valor intrínseco, mas pelo aspecto distintivo que apresentavam. Leila Algranti12 ao se deter sobre a criminalidade escrava no Rio de Janeiro também aponta para os altos percentuais de furto de roupas, maior do que os crimes contra a propriedade, entre 1810 e 1821. Curiosamente, grande parte das vítimas desses crimes eram outros escravos, notadamente lavadeiras que transportavam trouxas de roupa.

    Roland Barthes e Daniel Roche13 apontam que as histórias da indumentária vêm se interessando prioritariamente pelo vestuário das categorias sociais privilegiadas pela posição, riqueza, proximidade do poder, ou seja, pelas roupas da moda e pela maneira como elas ajudam a definir a posição social, demarcando o lugar ocupado por cada um. É certo que a moda e a indumentária são o cenário de várias batalhas em movimento, que as roupas da moda constituem um capital simbólico e a lógica da distinção é uma das chaves de leitura para se pensar o seu consumo. Contudo, a roupa e a moda no período joanino - como, aliás, em qualquer outro - exigem que abandonemos tanto as generalizações como as restritivas descrições da evolução das maneiras de vestir das camadas mais altas. Desse modo, seria possível compreender como as práticas vestimentares se encadeiam, num todo cultural, com as outras práticas da sociedade.

    Finalmente, caberia ao historiador a tarefa de analisar o vestuário e a moda a partir do consumo, fenômeno que, segundo Roche, muitas vezes é esquecido pela historiografia francesa, mais preocupada em examinar o mundo da produção e dos produtores do que aquele do mercado e da demanda. Para Roche, além de fugir de uma perspectiva descritiva, o historiador deve pensar a moda de forma a conciliar os imperativos da cultura material e as exigências de uma história cultural preocupada com as práticas e representações.

    Ora, é preciso estudar também os hábitos gerais, dos camponeses ao povo urbano, das classes populares às elites, e considerar os contextos de produção e de consumo, porque o vestuário está ligado a todos os fenômenos culturais, econômicos e sociais. Distinguindo indumentária e moda, nos lembra Daniel Roche que enquanto o vestuário "traduz a evolução da cultura, da sensibilidade, das técnicas, da inteligência dos produtores e da tolerância dos consumidores" a moda, por sua vez, "presta-se a todos os jogos da distinção, do poder". 

    1 LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero. São Paulo: Cia. das Letras, 1989, p. 73.
    2 Estas obras, que começaram a ser editadas no Brasil a partir do século XIX, eram traduções ou adaptações de textos produzidos na França e Inglaterra e caracterizavam-se, grosso modo, por enumerar um conjunto de regras e comportamentos a serem adotados pelas pessoas ditas civilizadas.
    3 Ver REZENDE, Francisco de Paula de Ferreira. Minhas recordações. São Paulo: Itatiaia, 1988, p. 171, no qual o bacharel mineiro do início do século XIX propõe esta divisão da sociedade.
    4 MAURO, Frédéric. O Brasil no tempo de d. Pedro II (1831-1889). São Paulo: Cia. das Letras, 1991, p. 41.
    5 Uniformes que identificam as funções de civis e militares.
    6 GONÇALVES, Luís dos Santos. Memórias para servir a história do Reino do Brasil, divididas em três épocas: da felicidade, honra e glória; escritas na corte do Rio de Janeiro, no ano de 1821. Lisboa: 1825, tomo 1, carta 116. Apud NIZZA, Maria Beatriz. Cultura e sociedade no Rio de Janeiro (1808-1821). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1978, p. 22.  
    7 Fundo Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, Códice 789. Inventário dos bens do conselheiro Elias Antônio Lopes, 1815.
    8 Fundo Inventários. Inventário de Ana Jacinta Teodósia de Bastos, maço 466, proc. 8902, 1808.
    9 Fundo Inventários. Inventário de Ana Joaquina Deschamps, caixa 4014, proc. 420, 1816.
    10 Insígnia equestre.
    11 Códice 401, Polícia da Corte, Devassa da Polícia sobre vários delitos, 1809-1815.
    12 ALGRANTI, Leila. O feitor ausente. Petrópolis: Vozes, 1988.
    13 ROCHE, Daniel. História das coisas banais. Lisboa: Teorema, 1998 e BARTHES, Roland. História e sociologia do vestuário: algumas observações metodológicas. Inéditos, vol. 3 - Imagem e Moda. São Paulo: Martins Fontes, 2005.  

  • Conjunto documental: Inventário dos bens do conselheiro Elias Antônio Lopes

    Notação: códice 789
    Data-limite: 1815-1815
    Título do fundo ou coleção: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação
    Código do fundo: 7X
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: relação das roupas existentes na casa do falecido conselheiro Elias Antônio Lopes, contendo, entre outras vestimentas, casacas de pano azul ou verde, chapéus finos armados agaloados com plumas, vestidos de cetim, calças de riscadinho ou de ganga, camisolas de chita ou riscado, ceroulas de pano de linho, meias de algodão, capas de sarja de seda, robissão de cor escarlate, luvas de algodão, coletes de seda ou de casimira, camisas de morim, fardas de pano azul e um manto de estamenha da Ordem de Cristo.
    Data do documento: 10 de novembro de 1815
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 8v a 19 

    Conjunto documental: Inventário dos bens do conselheiro Elias Antônio Lopes
    Notação: códice 789
    Data-limite: 1815-1815
    Título do fundo ou coleção: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação
    Código do fundo: 7X
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens existentes na casa do falecido conselheiro Elias Antônio Lopes, tendo como inventariante Tomás Pereira da Costa Viana, novo administrador da casa. Consta a relação de todos os produtos, roupas, móveis e dívidas existentes.
    Data do documento: 10 de novembro de 1815
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 1

    Conjunto documental: Manuel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira
    Notação: maço 451, proc. 9258
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário de d. Ana Miquelina de Oliveira, viúva do sargento mor Manoel Gomes Cardoso, realizado pelo inventariante José Pereira Guimarães, contendo despesas com alimentos, vestuário, escravos e manutenção dos prédios.
    Data do documento: 13 de março de 1817
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 72

    Conjunto documental: Manuel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira
    Notação: maço 451, proc. 9258
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens dos falecidos Manoel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira, contendo a relação de vestimentas em posse do herdeiro Manuel Gomes Cardoso (filho). Estavam arrolados pares de botas, dragonas, sapatos, chinelos, uma barretina, peças de morim para camisas e pano azul para a farda de capitão de milícias.
    Data do documento: 13 de março de 1817
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 111v a 112v

    Conjunto documental: Manuel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira
    Notação: maço 451, proc. 9258
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens dos falecidos Manoel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira, contendo a relação de vestimentas em posse do herdeiro Paulo Gomes Cardoso, bem como suas despesas mensais com a escola. Constavam da lista: casimira para um jaleco e uma calça, pares de botas, meias de seda e algodão, pano preto para casaca, ganga para outra calça, e jaquetas feitas de chita.
    Data do documento: 13 de março de 1817
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 112v

    Conjunto documental: Manuel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira
    Notação: maço 451, proc. 9258
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens dos falecidos Manoel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira, no qual constava a relação das vestimentas e de um anel de diamantes em posse da herdeira d. Maria Cândida de Oliveira Cardoso. Entre as peças de vestuário estavam lila preta para luto, pares de sapatos, vestido de chita, meias de algodão e um chapéu com plumas.
    Data do documento: 13 de março de 1817
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 113

    Conjunto documental: Manuel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira
    Notação: maço 451, proc. 9258
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens dos falecidos Manoel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira contendo a relação das vestimentas, tecidos e de um anel de diamantes em posse da herdeira d. Mariana Eliana de Oliveira Cardoso. As peças eram: lila preta para luto, vestidos de chita, meias de algodão, metim para o vestido, pares de sapatos e um chapéu com plumas.
    Data do documento: 13 de março de 1817
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 114 e 114v

    Conjunto documental: Manuel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira
    Notação: maço 451, proc. 9258
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens dos falecidos Manoel Gomes Cardoso e Ana Miquelina de Oliveira, contendo a relação das vestimentas utilizadas pelos escravos. Estavam listados: baeta e baetão para roupas dos escravos Caetano, Maurício e Honorato; paninho preto para roupa de luto; e pares de sapatos para as escravas Laura, Apolinária, Rosa e sua filha.
    Data do documento: 13 de março de 1817
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 113 a 114

    Conjunto documental: Junta do Comércio. Administração de bens - falecidos
    Notação: caixa 344, pct. 01
    Data-limite: 1809-1823
    Título do fundo ou coleção: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação
    Código do fundo: 7X
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: requerimento de Manoel Vidal pedindo a devolução dos bens de seu cunhado, Francisco de Paula, falecido numa viagem à Índia, em posse de Joaquim de Souza Fontes, negociante na cidade do Rio de Janeiro. Entre os bens do falecido encontrava-se a quantia de 38.400 réis, que seriam usados para compra de um vestido bordado, encomendado na Índia em nome da filha de Vidal, Generosa Maria.
    Data do documento: 18 de abril de 1820
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 2

    Conjunto documental: Junta do Comércio. Administração de bens - falecidos
    Notação: caixa 344, pct. 01
    Data-limite: 1809-1823
    Título do fundo ou coleção: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação
    Código do fundo: 7X
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: relação dos artigos existentes no armazém de molhados pertencente ao falecido João Antônio Fontes. Entre os artigos de vestuário se encontravam casacas de pano azul ou preto, casacas de chita, um hábito preto de estamenha, um calção e um colete de cetim preto, uma jaqueta e uma calça de riscado azul, oito camisas de paninho e outras seis de pano de linho, três ceroulas de pano de linho, chapéus de copa alta ou armada, dois pares de fivelas de prata para sapatos e um par de dragonas.
    Data do documento: 14 de agosto de 1801
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): -

    Conjunto documental: Francisco Ribeiro Guimarães
    Notação: maço 188, proc. 3738
    Data-limite: 1809-1809
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens do casal Antônio Luís de Freitas e sua falecida esposa Maria Thereza da Graça, contendo entre os artigos de vestuário um chapéu de sol em bom uso e outro só com a armação, uma saia de seda muito usada, um vestido de senhora de cambaia, e uma capa de bretanha.
    Data do documento: 17 de fevereiro de 1810
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 6 a 9v

    Conjunto documental: Junta do Comércio. Administração de bens - falecidos
    Notação: caixa 346, pct. 01
    Data-limite: 1805-1811
    Título do fundo ou coleção: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação
    Código do fundo: 7X
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens do falecido Antônio da Silva Guilherme, contendo a avaliação das roupas apresentadas por sua mulher Josefa Maria da Graça. Entre as peças de vestuário estavam: um capote de baetão, uma farda de pano de uniforme, um robissão de pano azul, uma casaca de casimira alvadia (cinza), um jaleco de fustão de seda azul acolchoada, uma pantalona de pano azul nova, um chapéu armado e outro de copa alta, quatro camisas de bretanha da França e um vestido de cetim.
    Data do documento: 19 de dezembro de 1805
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 23

    Conjunto documental: Coleção Cisplatina
    Notação: caixa 975A
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Coleção Cisplatina
    Código do fundo: 1A
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: relação dos gêneros remetidos pela contadoria do arsenal real do exército para o fardamento das tropas do comando do tenente general Barão de Laguna, realizado por Joaquim Geraldo Ledo. Constavam entre os itens, baetões amarelos, brim, casimira, panos branco, escarlate, azul claro e preto.
    Data do documento: 13 de novembro de 1818
    Local: Montevidéu
    Folha(s): pct. nº 32, f. 70

    Conjunto documental: Coleção Cisplatina
    Notação: caixa 975A
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Coleção Cisplatina
    Código do fundo: 1A
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: ofício enviado pelo Barão de Laguna a Tomás Antônio de Vila Nova Portugal acusando o recebimento dos gêneros para o fardamento das tropas vindos no brigue Atrevido. Observa que o pano azul recebido era de três classes diferentes, apresentando desigualdades de largura e estreiteza entre eles, e em uma das classes, o material era de qualidade muito inferior, e ainda ficavam faltando fardas para todos os regimentos da divisão, bem como jaquetas e pantalonas para a cavalaria. Requer autorização para a compra de sapatos para as tropas, trazidos nas embarcações estrangeiras, bem como camisas feitas na Inglaterra e em França, ficando o pagamento sustentado pelo banco do Brasil ou pelo Real Erário.
    Data do documento: 10 de outubro de 1818
    Local: Montevidéu
    Folha(s): -

    Conjunto documental: Coleção Cisplatina
    Notação: caixa 975A
    Data-limite: 1814-1818
    Título do fundo ou coleção: Coleção Cisplatina
    Código do fundo: 1A
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: ofício do Barão de Laguna a Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, requerendo socorro em dinheiro, em alimentos, e fardamentos para a coluna do general Curado, reiterando a necessidade do fornecimento de agasalhos para as tropas, que segundo o general estariam sofrendo com o frio.
    Data do documento: 18 de julho de 1818
    Local: Montevidéu
    Folha(s): pct. 29, f. 16

    Conjunto documental: Ana Joaquina Deschamps
    Notação: caixa 4014, proc. 420
    Data-limite: 1816-1817
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: avaliação dos bens existentes na loja de José Ribeiro Monteiro para o inventário de sua falecida esposa dona Ana Joaquina Deschamps, realizada por João da Costa Guimarães e Simplício da Silva Nepomuceno. Entre os bens estavam: baetas e baetinhas; baetões; panos finos; droguetes em retalhos ou lisos; belbutins, alguns com defeito; fustões, alguns sujos e até com defeito; metins; olandas, algumas grossas e avariadas; platilhas feitas de algodão ou em retalhos; irlandas de algodão ou linho; tarjetas francesas ou indianas; cetim; garças, algumas em riscadinho de seda podre; escumilhas; vestidos; fios de seda; gangas; fios de algodão; paninhos; cambaias; brim; rendas, de fios de sedas branca ou preta; panos de linho; lenços; véus de seda, algodão ou de volante branco e preto; camisas bordadas; cortes de vestido; xales de fios de algodão ou seda; mantas de seda; luvas de pelúcia, paninho, seda e algodão; meias de algodão grossas e lisas; chapéus ingleses e indianos de copa alta; chapéus de palha; chapéus armados defeituosos; chapéus de sol de seda para homem e para mulher; barretinas; leques de papel, outros de seda grandes e pequenos, alguns vindos da França; bandas vindas da Índia; bolsas de seda para senhoras; pano de linho; suspensórios, cadarços e botões.
    Data do documento: 31 de março de 1816
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 4 a 16v

    Conjunto documental: Ana Joaquina Deschamps
    Notação: caixa 4014, proc. 420
    Data-limite: 1816-1817
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário das roupas da falecida dona Ana Joaquina Deschamps, tendo como testamenteiro e inventariante seu marido José Ribeiro Monteiro. A lista dos bens continha vestidos de seda de cores preta, branca, verde mar, algumas com fios pretos com salpicos amarelos, outras de chita e algodão; saias de chita, estamenha e paninho; um robissão de pano verde escuro; um capote de baetão escuro; duas mantas de fios de seda, e outra de marquesa de filó branco; oito calças de cetim; duas casacas de pano preto velhas; dez calças de ganga e metim usadas; seis coletes de diversos fustões; doze camisas de paninho; dez pares de meias curtas e compridas, e um par de meias de seda.
    Data do documento: 1º de julho de 1816
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 24 a 26v

    Conjunto documental: Avisos e portarias do governo do Brasil para as autoridades de Portugal
    Notação: códice 251, vol. 02
    Data-limite: 1810-1812
    Título do fundo ou coleção: Negócios de Portugal
    Código do fundo: 59
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: ofício do conde de Aguiar, d. Fernando José de Portugal e Castro, dirigido a João Diogo de Barros Leitão sobre o estado deplorável em que se achava o vestuário das religiosas do convento de Sacavém devido à falta do pagamento previamente prometido. Em anexo mensagem ao patriarca eleito de Lisboa informando que o governo expedirá ordens ao Real Erário para que Leitão receba a quantia necessária para a compra do vestuário.
    Data do documento: 29 de novembro de 1810
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 29v

    Conjunto documental: Avisos e portarias do governo do Brasil para as autoridades de Portugal
    Notação: códice 251, vol. 02
    Data-limite: 1810-1812
    Título do fundo ou coleção: Negócios de Portugal
    Código do fundo: 59
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: ofício do conde do Aguiar ao ministro provincial dos religiosos menores observantes da província de Portugal, pedindo que passe as ordens necessárias a Abadessa de Santa Clara da Vila do Conde que receba como seculares recolhidas dona Jerônima Joaquina de Alpoim e Menezes, e dona Ana Emília de Alpoim e Menezes, filhas legítimas de Francisco Xavier de Alpoim da Silva e Abreu, junto com uma criada a seus serviços. Observando que as mesmas devem seguir a modéstia e moderação nos vestidas seguidas pelas seculares recolhidas.
    Data do documento: 29 de maio de 1811
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 86

    Conjunto documental: Ana de Muros
    Notação: caixa 867, proc. 2240
    Data-limite: 1808-1808
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens da falecida Ana de Muros, contendo entre os artigos de vestuário saias de chita cor roxa, uma saia de ganga cor amarela, outra de seda velha, uma capotina preta, uma camisa de bretanha de pano de linho e um xale branco.
    Data do documento: 4 de novembro de 1808
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 33 a 37v

    Conjunto documental: Bernardo Antônio de Azevedo
    Notação: caixa 248, proc. 5040
    Data-limite: 1808-1812
    Título do fundo ou coleção: Corte de Apelação
    Código do fundo: 2Ø
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário de bens do falecido José Lopes Góes e de sua mulher, tendo a renda obtida pela avaliação dos bens sido repartida entre seus filhos, cujo tutor e inventariante é o tenente Bernardo Antônio de Azevedo. Ao órfão José, além do anel de água marinha, foram deixados um chapéu, uma fivela de prata, e duas ceroulas. À órfã Francisca, além de um anel igual ao dado a seu irmão, foram remetidas uma camisa de bretanha, além de saias de cetim e chita. Ao testamenteiro foram remetidas as rendas referentes à venda de uma capotina, saias de chita, pares de meias e sapatos.
    Data do documento: 21 de julho de 1808
    Local: São Salvador da Paraíba do Sul
    Folha(s): 7 e 7v

    Conjunto documental: Vasco Fernandes Rangel
    Notação: caixa 1123, proc. 9269
    Data-limite: 1799-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: requerimento enviado pelos três filhos do falecido Vasco Fernandes Rangel ao juiz de órfãos, sobre a entrega dos juros referentes a uma fazenda, vendida durante o processo de partilha dos bens. Justifica-se o pedido pela necessidade que demonstram os herdeiros de adquirir peças de vestuário, conforme relação inclusa do que precisa cada filho com a soma correspondente. Antônio de Sampaio e Almeida e Martins pede cerca de 26//980 réis para a compra de botas, pano azul para farda, pano escarlate para a gola, forro, botões, sapatos, linhas da Bretanha e calças de pala. D. Maria Joaquina de Menezes pede um total de 38//960 réis para comprar cortes de seda francesa, meias de seda, sapatos de seda, luvas de filó e vestidos de seda. D. Catarina da S. Sandoval pede 34//240 réis para a compra de chita inglesa, meias brancas, sapatos de seda, vestidos e xales de seda.
    Data do documento: 11 de maio de 1810
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): -

    Conjunto documental: Vasco Fernandes Rangel
    Notação: caixa 1123, proc. 9269
    Data-limite: 1799-1818
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: relação das quantias necessárias para satisfazer as necessidades dos filhos do falecido Vasco Fernandes Rangel. O herdeiro Antônio de Sampaio pede cerca de 17//600 réis para comprar farda, botas, calças, forro feito de linhas, sapatos, um lenço preto, entre outros. A herdeira menor d. Catarina de S. Sandoval pede cerca de 30//960 réis para comprar meias, sapatos, chita para vestido, xales, saias, entre outros.
    Data do documento: 1808
    Local: Rio de janeiro
    Folha(s): -

    Conjunto documental: Bernardo José de Moura
    Notação: maço 450, proc. 8600
    Data-limite: 1805-1807
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: avaliação das roupas do falecido Bernardo José de Moura, de quem é testamenteira e inventariante Margarida Antônia de Jesus, sua viúva. Constam entre os itens: uma casaca de pano alvadio (cinza) = 8$000; uma casaca usada de pano alvadio = 1$600; um calção de casimira branco = 1$600; um calção de casimira cor de chumbo = 480$; três calções e uma pantalona = 1$280; dois coletes e dois blusões brancos = 2$560; um colete de cetim bordado = 1$600; um hábito de serguilha = 4$800; dois pares de meia de seda = 1$920; uma camisa de bretanha = 640$; entre outros produtos que ao total da avaliação ficaram todos estimados em 40$300.
    Data do documento: 19 de novembro de 1804
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): -

    Conjunto documental: Caetano da Silva Porto
    Notação: maço 474, proc. 9110
    Data-limite: 1795-1795
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: relação de bens do falecido Caetano da Silva Porto inventariado por sua viúva Claudia Joaquina, dentre os quais contam os seguintes objetos de ouro: um par de fivelas, avaliados em 2.600 réis; um anel, avaliado em 18.000 réis; um cordão, avaliado em 4.600 réis e uma chave de relógio, avaliada em 2.400 réis. E o seguinte objeto de prata: um par de fivelas de sapatos, avaliado em 5.400 réis. Além das seguintes roupas: uma vesti de brilhante aveludada, avaliada em 9.600 réis; uma vestia de pano, avaliada em 1.200 réis; um calção de cetim, avaliado em 960 réis; um colete de cetim riscado, avaliado em 640 réis; um colete de cetim perolado, avaliado em 640 réis; um colete branco, avaliado em 1.600 réis; um calção de cetim preto, avaliado em 4.100 réis; um colete de chita, avaliado em 320 réis; um colete de chita branco, avaliado em 800 réis; um capote de botão, avaliado em 1.200 réis; duas calças de algodão, avaliadas em 1.200 réis e um chapéu fino, avaliado em 800 réis. E conta também um relógio de algibeira com uma caixa de ouro francesa, avaliado em 18.000 réis.
    Data do documento: 2 de setembro de 1795
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): -

    Conjunto documental: Luís Antônio de Santa Tereza Duque
    Notação: maço 453, proc. 8674
    Datas-limite: 1804-1804
    Titulo do fundo: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário de Frei Luís Antônio de Santa Teresa Duque em que se descrevem alguns objetos de prata e ouro que pertenciam ao mesmo com seus respectivos valores. Dentre esses objetos foram citados 2 relicários com cordão de ouro, um rosário de pescoço, par de fivelas e jogo de botões em ouro, 2 pares de brincos em prata, 1 par de "flores das orelhas" e 2 anéis com crisálidas e cristais.
    Data do documento: 28 de abril de 1804
    Local: Rio de Janeiro
    Folha: 39 e 39v

    Conjunto documental: Luís Antônio de Santa Teresa Duque
    Notação: maço 453, proc. 8674
    Datas: 1804-1804
    Titulo do fundo: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: requerimento de Francisco Gomes das Chagas, tutor dos menores "herdeiros naturais" de Frei Luís Antônio de Santa Teresa Duque, ao juiz de órfãos Luiz Telles em que relaciona o que cada um dos menores precisava com relação a vestuário. A lista era composta por panos para camisas, calções, ceroulas, um par de botinas e botões para o menino José Mariano. Já para as meninas Maria Joaquina, Tereza Fortunata e Anna da Silva a lista contava com panos e laços para vestidos e saias, fitas, cetins, pelúcia e pares de sapatos.
    Data do documento: 1804
    Local: Rio de Janeiro
    Folha: 44 a 44v

    Conjunto documental: Ana Jacinta Teodósia de Bastos
    Notação: maço 466, proc. 8902
    Datas: 1808-1808
    Titulo do fundo: Inventários
    Código do fundo: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Ementa: inventário dos bens de Ana Jacinta Teodora de Bastos. Entre as peças de vestuário: uma saia de cetim branco bordado de matizes, velha, avaliada em mil e seiscentos réis; uma jaqueta de casimira alvadia (cinza) de duzentos réis; dois vestidos de chita diferentes, no valor de dois mil réis; um chapéu de mulher avaliado em quatro mil réis; sapatos de cetim cor de cana, entre outros artigos. Ainda possuía jóias de grande valor, como um anel com 38 diamantes em prata e ouro avaliado em trinta e dois mil réis, cordões, rosários, brincos, entre outras peças.
    Data do documento: 7 de dezembro de 1808
    Local: Rio de Janeiro
    Folha: 4 a 7, 19 e 19v

  • Bens de Ana Jacinta

    Inventário dos bens de Ana Jacinta Teodora de Bastos. Entre as peças de vestuário encontram-se uma saia de cetim branco bordado de matizes, velha, avaliada em mil e seiscentos réis; uma jaqueta de casimira alvadia de duzentos réis; dois vestidos de chita diferentes, no valor de dois mil réis; um chapéu de mulher avaliado em quatro mil réis; sapatos de cetim cor de cana, entre outros artigos. Ainda possuía joias de grande valor, como um anel com 38 diamantes em prata e ouro avaliado em trinta e dois mil réis, cordões, rosários, brincos, entre outras peças.

    Conjunto documental: Ana Jacinta Teodósia de Bastos
    Notação: maço 466, proc. 8902
    Datas-limite: 1808-1808
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo ou coleção: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Data do documento: 7 de dezembro de 1808
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 4-9 e 19-19v

    ROUPA
    [...]
    Uma saia de cetim branco bordado de matizes velha avaliada na quantia de mil e seiscentos réis........1#600
    [...]
    Uma saia de gala preta avaliada na quantia de dois mil réis........2#000
    Um cortinado de damasco[1] carmesim avaliado na quantia de vinte e cinco mil e seiscentos réis........25#600
    Uma jaqueta de casimira[2] alvadia[3] avaliada na quantia de duzentos réis........#200
    Dois vestidos de chita[4] diferentes avaliados na quantia de dois mil réis........2#000
    Um vestido de cassa[5] bordado avaliado na quantia de mil duzentos e oitenta réis........1#280
    Um dito de dito liso avaliado na quantia de mil e duzentos réis........1#200
    Quatro ditos de dito diferentes avaliados na quantia de quatro mil réis........4#000
    Um dito de dito com franja avaliado na quantia de mil duzentos e oitenta réis........1#280
    Um dito de paninho[6] avaliado na quantia de mil duzentos e oitenta réis........1#280
    Uma saia de cassa bordada avaliada na quantia de oitocentos réis........#800
    [...]
    Uma saia de pano de linho ... avaliada na quantia de quatro mil e oitocentos réis........4#800
    Uma camisa[7] de cassa avaliada na quantia de mil réis........1#000
    Cinco ditas de bretanha[8] velhas e rotas avaliadas na quantia de oitocentos réis........#800
    Uma dita sem valor
    [...]
    Quatro xales de cassa, e paninho avaliados na quantia de mil duzentos e oitenta réis........1#280
    [...]
    Um xale de seda bordada marcada avaliado na quantia de três mil e duzentos réis........3#200
    Um chapéu de mulher avaliado na quantia de quatro mil réis........4#000
    Uns sapatos[9] de cetim cor de cana avaliados na quantia de cento e sessenta réis........#160
    Duas camisas de cassa por fazer avaliadas na quantia de seiscentos e quarenta réis........#640
    Um lenço de garça[10] velho avaliado na quantia de cento e sessenta réis........#160
    [...]
    Um macaquinho de baeta[11] [...] avaliado na quantia de duzentos e quarenta réis........#240
    [...]
    Uma saia de droguete[12] [...] avaliada na quantia de mil e seiscentos réis........1#600
    Uma dita de ganga[13] azul avaliada na quantia de mil e duzentos réis........1#200
    [...]
    Duas saias de chita diferentes avaliadas na quantia de seiscentos e quarenta réis........#640
    Uma dita de riscado[14] azul velha avaliada na quantia de quatrocentos e oitenta réis........#480
    [...]
    Sete camisas diferentes velhas e rotas[15] todas na quantia de mil cento e vinte réis........1#120
    [...]
    Dois lenços encarnados[16] avaliados na quantia de quatrocentos e oitenta réis........#480
    [...]
    Uma cinta de tafetá rosa velha avaliada na quantia de cem réis........#100
    Um par de sapatos de ganga de festa avaliado na quantia de sessenta réis........#60
    Um colete de pano de linho avaliado na quantia de quarenta réis........#40

    MAIS AVALIAÇÃO

    OURO
    Luís José Ferreira da Silva contraste de ouro desta Corte do Rio de Janeiro e sua comarca. Certifico que pesei e avaliei as peças abaixo declaradas da falecida Ana Jacinta de quem é inventariante Valeriano José Pinto Campelo. As seguintes

    Um laço e fita do pescoço e brincos pulseiras tudo com quatrocentos e noventa e cinco diamantes rosas entre maiores e menores em prata vale o dito adereço cento e dois mil e quatrocentos réis........102#400
    Um anel com uma cifra e 38 diamantes rosas miúdos em prata e fundos de ouro vale trinta e dois mil réis........32#000
    Um dito com vidro azul e vinte e nove grizolitas [crisólitas][17], vale seis mil e quatrocentos réis........6#400
    Um par de argolas de orelhas com oitenta e duas pedras águas marinhas em prata e ouro encobrado valem dezesseis mil réis........16#000
    Um par de estrelas das orelhas com trinta grizolitas (crisólitas) em prata valem três mil e duzentos réis........3#200
    Um pente de tartaruga[18] guarnecido com cinquenta e sete grizolitas (crisólitas) com prata e ouro encobrado vale dezenove mil e duzentos réis........19#200
    Uma fivela de cinto com trinta e oito pedras águas marinhas em prata vale mil novecentos e vinte réis........1#920
    Dois cordões de ouro com seis pérolas pesa dezenove digo dezesseis oitavas, e doze grãos a mil e quatrocentos réis importa vinte e dois mil seiscentos e quarenta réis........22#640
    Um relicário[19] de ouro com o cordão pesa descontando os vidros nove oitavas a mil e quatrocentos réis importa em doze mil e seiscentos réis........12#600
    Um rosário de ouro crees e laço do mesmo, e algumas contas de vidro vale onze mil e duzentos réis........11#200
    Um rosarinho de pescoço de granadas[20] padre nossos de ouro e crees do mesmo vale mil novecentos e vinte réis........1#920
    Um dedal de ouro pesa oitava e meia e vinte e quatro grãos a mil e quatrocentos importa dois mil quinhentos e oitenta réis........2#580
    Um chave [sic] de relógio por uma face com um retrato e de outra vinte e sete grizolitas em prata e ouro encobrado vale dez mil réis........10#000

     

    [1] Tecido de origem chinesa, chegou à Europa através do explorador e mercador veneziano Marco Polo. Seu nome provém da cidade de Damasco, centro do mercado de tecidos entre o Oriente e o Ocidente. O damasco se caracteriza por uma elaborada combinação de formas e fios que fazem desenhos inspirados em elementos da natureza. Por sua composição de efeito de fundo e efeito de desenho, constituído pela face teia e pela face trama de um mesmo ponto, tem a particularidade de ser reversível, apresentando numa das faces o fundo opaco e os motivos brilhantes e na outra o fundo brilhante e os motivos opacos. Foi usado no período colonial para confeção de roupas masculinas e femininas, colchas, cortinas, tapeçaria, toalhas de mesa e almofadas e, ainda, na ornamentação das casas mais abastadas.

    [2] Tecido espesso de lã suave e macia, usado na confecção de vestimentas masculinas e femininas. Com a vinda da família real para o Brasil, os ingleses concentraram o comércio de produtos masculinos, incluindo a venda de tecidos, tal qual a casimira, para a confecção de coletes, calças, calções e macaquinhos. Os trajes femininos, como xales e mantilhas eram feitos também desse tecido.

    [3] Cinza.

    [4] Tecido de grande circulação e usos variados, tido contemporaneamente como representativo da cultura brasileira por suas estampas coloridas e tropicais, a chita é feita de algodão rústico, acabamento engomado e tramas simples. Originaria da Índia, de onde provém o nome chitra, que significa “matizado” em sânscrito, a chita teria chegado a Europa a partir da expedição de Vasco da Gama e foi utilizada na confecção de roupas para os escravos e na produção de saias para as mulheres brancas no uso privado. A manufatura e exportação da chita e do algodão devem também ser compreendidas na perspectiva do exclusivo colonial e do comércio entre a praça do Rio de Janeiro e o reino, uma vez que é a partir da metrópole que se dá a sua distribuição na Europa. Como indica o historiador João Fragoso, em um quadro no qual a América portuguesa era o principal comprador dos produtos do reino, em 1815, mais da metade da produção de chita e saias era comprada fora de Portugal. Obtido a partir do filamento sedoso que envolve as sementes do algodoeiro, o algodão está na base da fabricação de diversos tipos de tecidos, tanto de alta, quanto de baixa qualidade. Tecidos grosseiros de algodão foram empregados para ensacar gêneros agrícolas ou para o vestuário dos escravos, respeitando o alvará de 1785, de d. Maria I, que liberou essa produção e, em contrapartida, proibiu as manufaturas de tecidos finos no Brasil, incluída aí a chita. Chita e algodão participam ainda do processo de trocas que se faz do Brasil para a costa africana e que envolve o comércio atlântico de escravos. Ainda na perspectiva do ultramar e de sua participação no motor da economia portuguesa, os panos de algodão, provenientes da Índia, foram matéria prima para a primeira fase da revolução industrial, no final do século XVIII. (FRAGOSO, João. Mercados e negociantes imperiais: um ensaio sobre a economia do império português (séculos XVII e XIX). História: Questões & Debates, Curitiba, n. 36, p. 99-127, 2002). [Ver também BELBUTES, CHITAS, BOMBAZINAS, FUSTÕES]

    [5] Fazenda fina e transparente, geralmente de linho ou algodão, utilizada para confecção de fronhas, lençóis, toalhas, guardanapos, toalhas de mão, véstias, vestidos e saias, para uso das senhoras brancas no interior das casas e das escravas quando transitavam nas ruas.

    [6] Pano fino de algodão utilizado na fabricação de lençóis, fronhas e vestimentas masculinas e femininas.

    [7] Peça de vestuário masculino e feminino, tanto de brancos quanto de negros no Brasil, de tecido leve, confeccionada em algodãoseda, linho, bretanha, morim, entre outros, com mangas curtas ou compridas. As escravas usavam camisas largas e saias rodadas. Para ficar em casa, as mulheres brancas trajavam um tipo de camisolão ou camisa de mangas curtas e decotadas, também chamadas de “timão” ou “lavapeixe”, confeccionadas de tecido leve e transparente. A camisa branca, usada para fora dos calções, sem coletes, casacas ou capas, também fazia parte da indumentária masculina.

    [8] Tecido muito fino de linho ou de algodão fabricado na região da Bretanha, França. Consumido por uma camada social mais restrita, com ele eram produzidos fronhas, lençóis, toalhas de mesa, guardanapos, toalhas de mão, camisas masculinas e femininas. O nome bretanha generalizou-se, designando também tecidos similares, mas de qualidade inferior, como a bretanha de Hamburgo, que era de uso exclusivo das escravas.

    [9] Após a transferência da Corte portuguesa, a importação e a comercialização de calçados, produzidos, em geral, em cetim e veludo, ficaram a cargo dos ingleses. Fazer uso dessa peça de indumentária era um atributo de distinção social, demonstrando que o indivíduo integrava uma camada privilegiada da sociedade. Em contrapartida, os escravos geralmente andavam descalços e, tão logo alcançavam sua liberdade, adquiriam um par de sapatos exibindo a mudança de posição social. As botas trazidas pelos portugueses, os borzeguins, foram adotadas na colônia, porém aquelas de uso militar foram as mais usadas, com cano alto, reto ou virado, chamadas botifarras. Seu uso se restringia aos mais ricos. No sul da colônia, em especial durante as guerras luso-castelhanas, desde o século XVI, as botas de garrão de potro, feita com as patas cortadas do animal, eram utilizadas por índios, gaúchos e tropeiros. Os imigrantes alemães, em meados do século XIX, e, posteriormente, outros europeus, como ingleses e italianos, contribuíram para o aperfeiçoamento da técnica de fabricação dos calçados no Brasil.

    [10] Também chamada talagarça. É um tecido cujos fios da trama e urdume são dispostos separadamente, dando a impressão duma tela de arame. É muito usada em bordados pela facilidade que apresenta à execução dos pontos.

    [11] Tecido felpudo de lã de qualidade inferior, a baeta era usada na fabricação de roupas masculinas e femininas. Era comum as mulheres, durante o período colonial no Brasil, sobretudo nos séculos XVI e XVII, cobrirem a cabeça e parte do rosto com a mantilha (rebuço ou embuço) feitos com baeta. Este costume, de influência árabe, perdurou até o século XIX em São Paulo, sendo esse o tecido mais utilizado na capitania pela classe abastada. Posteriormente, passou também a fazer parte do vestuário das camadas mais pobres, incluindo os escravos. Desde meados do século XVIII, diversas leis proibiram o uso das mantilhas de baeta, que eram supostamente usadas por assassinos e ladrões para encobrirem seus crimes. Apesar disso, as mulheres continuaram a trajá-las, principalmente para esconder as marcas de varíola e a pobreza, apesar da ordem régia de d. João, de 30 de agosto de 1810, que determinou sua interdição proibindo “solenemente o andarem as mulheres nessa cidade embuçadas em baetas”. Seu uso só começou a cair no final do Império.

    [12] Tecido acolchoado de lã, seda e algodão ou apenas de lã, utilizado para confeccionar cortinas, vestidos, mantilhas e xales. Após o decreto de abertura dos portos de 1808 e os tratados de 1810, as importações cresceram vertiginosamente no Brasil, sobretudo provenientes da Inglaterra, e artigos como o droguete passaram a ser vendidos em lojas comerciais do centro da cidade do Rio de Janeiro e de São Paulo.

    [13] Tecido resistente de algodão, em geral na cor azul ou amarelo, comumente empregado na produção de vestidos para as negras escravas. Na indumentária masculina, era usado para confecção de coletes, calções e macaquinhos.

    [14] Fazenda grosseira de linho ou de algodão, com riscos coloridos na trama. Era usada na composição de saias para as escravas. Confeccionavam-se também colchões com esta fazenda.

    [15] Termos empregados nas descrições de bens de inventariados, demonstrando que, devido aos altos preços dos produtos manufaturados e à pequena circulação monetária, as roupas e tecidos eram utilizados por muito tempo, até ficarem gastos, ou “velhos e rotos". Até o século XIX, a produção manufatureira no Brasil era incipiente, já que a prática mercantilista não permitia a concorrência da colônia com a metrópole, a exemplo do alvará de 1785, pelo qual a rainha d. Maria I proibira o estabelecimento de manufaturas de produtos têxteis finos no Brasil. As importações se faziam principalmente da Inglaterra, cuja produção industrial estava em franco desenvolvimento, em especial, a indústria têxtil.

    [16] Refere-se à cor vermelha, escarlate. Os corantes vermelhos mais usados nos séculos XVIII e XIX eram removidos da cochonilha e também do pau-brasil. Este, desde o século XVI, foi uma importante fonte de corante vermelho para o tingimento de tecidos. A cor era retirada da resina da madeira, conhecida pelos europeus antes de sua chegada ao território. Devido ao seu valor comercial e pela utilização da madeira na marcenaria, foi incessantemente explorado; sua exportação persistiu até o século XIX, chegando à quase extinção. Até 1856, os corantes eram extraídos das plantas e animais; a partir de então, foi desenvolvido o corante sintético, na Inglaterra. Os corantes vermelhos mais intensos e brilhosos na Antiguidade eram extraídos do molusco múrice, na Idade Média, do quermes, fêmea do pulgão, e no Renascimento, da cochonilha da Polônia e da Armênia.  A cochonilha, inseto encontrado no México, utilizado pelos astecas para tingimento de tecidos, alimentos, paredes e para colorir o corpo, possuía grande importância comercial para a coroa espanhola. No Brasil, a intensificação da produção do corante e a criação da cochonilha ocorreram no governo do marquês do Lavradio, dada sua relevância para a indústria alimentícia e têxtil. O corante, denominado atualmente de ácido carmínico, é extraído da carapaça dissecada da fêmea cozida em água.

    [17] Pedra cuja cor varia do amarelo ao verde, conhecida como “pedra de ouro” pelos gregos antigos. Sua jazida mais importante localiza-se no mar Vermelho, na ilha vulcânica de Zebirget, chamada São João pelos cruzados. Na região de Minas Gerais também foram descobertas jazidas dessa gema, que era muito utilizada na arte da joalheria.

    [18] Pente confeccionado com as placas da carapaça ou casco da tartaruga-de-pente, usado para asseio pessoal e como adorno por mulheres de diversas culturas. Durante o período colonial no Brasil, o pente foi bastante utilizado, revelando a preocupação das mulheres com os cabelos nos espaços públicos, onde eram exibidos variados tipos de penteados, como coques e tranças feitos à base de farinhas, osso seco, madeira em pó e amido, além do uso de arames, pentes e perucas. Os cabelos compridos eram tratados com leite de cabra e gordura de cavalo, pois se acreditava que garantiam a sua sedosidade.

    [19] Objeto confeccionado em vários materiais, principalmente em ouro, sob a forma de caixa, bolsa ou medalha, usado para guardar as relíquias dos santos. Para o cristianismo, relíquia é um objeto ou parte do corpo atribuída a algum santo. No século XIX o relicário passou a ser usado além da esfera religiosa para guardar recordações de diferentes naturezas. 

    [20] O nome não designa uma gema (pedra preciosa), mas um grupo de gemas, sendo as mais importantes, o piropo, a almandina, a espessartina, a grossulária e a andradita. Conforme a espécie, a granada pode ser incolor, vermelha – que é a mais comum – amarela, marrom, preta e até verde (chamada demantóide). A partir da descoberta de minas de ouro no Brasil, no final do século XVII, as pedras preciosas passaram a ser exploradas, dentre elas, a granada, utilizada na fabricação de joias, como rosários e pulseiras, intensificando o comércio dos ourives. A granada é também um mineral presente em rochas que foram muito utilizadas na construção e ornamentação de edificações.

     

    Inventário de Ana Joaquina Deschamps

    Inventário das roupas de Ana Joaquina Deschamps, tendo como testamenteiro e inventariante seu marido José Ribeiro Monteiro. A lista dos bens continha vestidos de seda de cores preta, branca, verde mar, algumas com fios pretos com salpicos amarelos, outras de chita e algodão; saias de chita, estamenha (tecido grosseiro de lã) e paninho; um robissão (sobrecasaca) de pano verde escuro; um capote de baetão escuro; duas mantas de fios de seda, e outra de marquesa de filó branco; oito calças de cetim; duas casacas de pano preto velhas; dez calças de ganga e metim usadas; seis coletes de diversos fustões; doze camisas de paninho; dez pares de meias curtas e compridas, e um par de meias de seda.

    Conjunto documental: Ana Joaquina Deschamps
    Notação: caixa 4014, proc. 420
    Datas-limite: 1816-1817
    Título do fundo ou coleção: Inventários
    Código do fundo ou coleção: 3J
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Data do documento: 17 de agosto de 1816
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 24 a 26v

    ROUPA

    Avaliação da roupa[1] do casal da falecida dona Ana Joaquina Deschamps de quem é testamenteiro e inventariante seu marido José Ribeiro Monteiro.
    Um vestido de filó de seda[2] verde mar com flores de matiz oito mil réis...........8#000
    Dois ditos de filó de seda preto e branco quatro mil e oitocentos réis...........4#800
    Um dito de sedinha branca com renda de filó de seda oito mil réis...........8#000
    Um dito de tafetá preto dois mil réis...........2#000
    Quatro ditos de sedas diferentes velhos dois mil quinhentos e sessenta réis...........2#560
    Um dito de filó preto com salpicos amarelos mil novecentos e vinte réis...........1#920
    Nove ditos de diversas chitas e de algodão[3] e seda quatro mil trezentos e vinte réis...........4#320
    [...]
    Uma saia de chita para montar a cavalo quatrocentos réis...........#400
    Sete ditas brancas de paninho dois mil e oitocentos réis...........2#800
    Seis ditas de bretanha[4] usadas três mil oitocentos e quarenta réis...........3#840
    [...]
    Um capote de baetão[5] escuro e usado mil e seiscentos réis...........1#600
    Duas mantas de filó de seda preta e branca quatro mil quatrocentos e oitenta réis...........4#480
    Uma dita de renda de linha com defeito seiscentos réis...........#600
    Um xale de filó de seda branco dois mil réis...........2#000
    Um dito de filó branco de algodão quatrocentos e oitenta réis...........#480
    Quatro ditos de sedas diferentes usados dois mil quinhentos e sessenta réis...........2#560
    [...]
    Um lenço de três pontas de filó de seda azul claro bordado de matiz usado seiscentos e quarenta réis...........#640
    [...]
    Três pares de meias de seda branca usadas e um de luvas de filó de seda mil novecentos e vinte réis...........1#920
    Quatorze ditos de meias de algodão usados mil e quatrocentos réis...........1#400
    Cinco ditos de luvas de pelica[6], e de paninho quinhentos réis...........#500
    Dois mandriões[7] branco, e de chita...........#400
    Dezesseis camisas de paninho velhas três mil e duzentos réis...........3#200
    Dois guarda sóis[8] pequenos quebrados seiscentos e quarenta réis...........#640
    Quatro leques de seda bordados e de marfim[9] dois mil e quatrocentos réis...........2#400
    Três ditos de papel com varetas de pau trezentos réis...........#300
    Dois toucados[10] de filó de seda com suas penas e alguns ramos de flores mil réis...........1#000

     

    [1] No Brasil, durante o período colonial, a circulação monetária era reduzida, e o acesso a bens manufaturados restrito, em função, sobretudo, dos altos preços resultantes das importações. Nesse sentido, a comercialização de bens usados, como utensílios domésticos e roupas, era muito difundida, tornando-se comum a presença destes artigos nos inventários do período. Após serem submetidas à avaliação, as roupas eram vendidas ou doadas a parentes e amigos do falecido.

    [2] Tecido fino e transparente, semelhante ao tule, geralmente engomado e tramado em forma de rede de furos. É uma espécie de cassa mais fina, muito usado como ornamento em vestidos da classe abastada da sociedade colonial brasileira.

    [3] Tecido de grande circulação e usos variados, tido contemporaneamente como representativo da cultura brasileira por suas estampas coloridas e tropicais, a chita é feita de algodão rústico, acabamento engomado e tramas simples. Originaria da Índia, de onde provém o nome chitra, que significa “matizado” em sânscrito, a chita teria chegado a Europa a partir da expedição de Vasco da Gama e foi utilizada na confecção de roupas para os escravos e na produção de saias para as mulheres brancas no uso privado. A manufatura e exportação da chita e do algodão devem também ser compreendidas na perspectiva do exclusivo colonial e do comércio entre a praça do Rio de Janeiro e o reino, uma vez que é a partir da metrópole que se dá a sua distribuição na Europa. Como indica o historiador João Fragoso, em um quadro no qual a América portuguesa era o principal comprador dos produtos do reino, em 1815, mais da metade da produção de chita e saias era comprada fora de Portugal. Obtido a partir do filamento sedoso que envolve as sementes do algodoeiro, o algodão está na base da fabricação de diversos tipos de tecidos, tanto de alta, quanto de baixa qualidade. Tecidos grosseiros de algodão foram empregados para ensacar gêneros agrícolas ou para o vestuário dos escravos, respeitando o alvará de 1785, de d. Maria I, que liberou essa produção e, em contrapartida, proibiu as manufaturas de tecidos finos no Brasil, incluída aí a chita. Chita e algodão participam ainda do processo de trocas que se faz do Brasil para a costa africana e que envolve o comércio atlântico de escravos. Ainda na perspectiva do ultramar e de sua participação no motor da economia portuguesa, os panos de algodão, provenientes da Índia, foram matéria prima para a primeira fase da revolução industrial, no final do século XVIII. (FRAGOSO, João. Mercados e negociantes imperiais: um ensaio sobre a economia do império português (séculos XVII e XIX). História: Questões & Debates, Curitiba, n. 36, p. 99-127, 2002).

    [4] Tecido muito fino de linho ou de algodão fabricado na região da Bretanha, França. Consumido por uma camada social mais restrita, com ele eram produzidos fronhas, lençóis, toalhas de mesa, guardanapos, toalhas de mão, camisas masculinas e femininas. O nome bretanha generalizou-se, designando também tecidos similares, mas de qualidade inferior, como a bretanha de Hamburgo, que era de uso exclusivo das escravas.

    [5] Tecido de lã ou algodão, grosseiro de várias espessuras. Era muito utilizado nas vestimentas das escravas, principalmente o baetão preto, para a confecção de saias. O tecido também era empregado na fabricação de colchas, cobertores, cobertas e outras peças do vestuário, como capas e casacos.

    [6] Pele fina de ovelha ou carneiro, curtida e preparada, usada na confecção de luvas e calçados. Seu uso na fabricação de luvas femininas foi muito difundido na Europa e no Brasil, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro, após a transferência da corte portuguesa.

    [7] Casaco curto de tecido leve, para uso doméstico de crianças e mulheres.

    [8] Armação de varetas móveis, revestida de tecido, usada para proteção do sol. Originou-se há cerca de quatro mil anos, existindo registros de seu uso na China, Assíria, Egito e Grécia. O guarda-sol foi modificado pelos chineses, que o impermeabilizaram com cera e tinta para proteger contra a chuva. Com o passar dos anos, se tornou também peça de moda, sendo incorporado na cultura europeia e, posteriormente, no Brasil, sobretudo nos séculos XVIII e XIX, quando a seda passou a ser seu principal revestimento.

    [9] Armação de varetas móveis, revestida de tecido, usada para proteção do sol. Originou-se há cerca de quatro mil anos, existindo registros de seu uso na China, Assíria, Egito e Grécia. O guarda-sol foi modificado pelos chineses, que o impermeabilizaram com cera e tinta para proteger contra a chuva. Com o passar dos anos, se tornou também peça de moda, sendo incorporado na cultura europeia e, posteriormente, no Brasil, sobretudo nos séculos XVIII e XIX, quando a seda passou a ser seu principal revestimento.

    [10] Termo que designa um conjunto de adornos para a cabeça ou para os cabelos das mulheres e dos homens tais como presilhas, arranjos, véus, perucas e, principalmente, chapéus, cujas formas e tamanhos variaram conforme o período e lugar. No Brasil, seguindo a moda francesa, sobretudo a partir da transferência da corte portuguesa, o uso de chapéus era requisito obrigatório para as damas frequentarem saraus, festas e cerimônias religiosas. A preocupação feminina com os toucados se dava em função dos variados penteados que faziam nos cabelos conservados compridos. Para tal, utilizavam-se de pentes, arames, cabelos humanos e até farinha e madeira em pó para fixar o modelo escolhido. No que se refere à indumentária masculina, o toucado, via de regra, era o chapéu, fabricado em geral na Inglaterra, país que ditou a moda para os homens durante o século XIX.

     

    Indumentária do conselheiro Elias Antônio Lopes

    Relação das roupas existentes na casa do falecido conselheiro Elias Antônio Lopes, contendo, entre outras vestimentas, casacas de pano azul ou verde, chapéus finos armados agaloados com plumas, vestidos de cetim, calças de riscadinho ou de ganga, camisolas de chita ou riscado, ceroulas de pano de linho, meias de algodão, capas de sarja de seda, robissão de cor escarlate, luvas de algodão, coletes de seda ou de casimira, camisas de morim, fardas de pano azul e um manto de estamenha, tecido grosseiro de lã, da Ordem de Cristo.

    Conjunto documental: Inventário dos bens do conselheiro Elias Antônio Lopes
    Notação: códice 789
    Datas-limite: 1815-1815
    Título do fundo ou coleção: Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação
    Código do fundo ou coleção: 7X
    Argumento de pesquisa: habitação, vestuário
    Data do documento: 10 de novembro de 1815
    Local: Rio de Janeiro
    Folha(s): 8v a 19

    BENS MÓVEIS E VIVENTES
    PEÇAS DE OURO, PRATA E JÓIAS

    [...]

    Uma bengala de abada[1] com castão[2] de ouro esmaltado...................32#000
    Um par de fivelas de sapato, de ouro com dezessete oitavas...................23#800
    Um par de fivelas de calção também de ouro com quatro oitavas...................5#600
    [...]
    Três pares de esporas pesando três marcos e catorze oitavas...................20#600
    Três pares de fivelas de sapato
    Duas fivelas de cós de calção pesando tudo um marco e cinquenta e cinco e meia oitavas
    Uma dita de liga de dito...................11#950
    [...]
    Uns óculos...................2#000
    [...]
    Um relógio de caixas de ouro autor Spencer & Kerkins, Londres n. 16681 com sua caixa de tartaruga e cadeias de ouro...................25#600

    ROUPA

    Uma farda, e calção de pano escarlate com vestia de pano azul tudo bordado a fio de ouro e prata do primeiro uniforme...................60#000
    Uma dita como acima do segundo uniforme...................30#000
    Uma casaca de pano azul com gola e canhões de pano escarlate bordado a fio de ouro...................4#800
    Dois chapéus finos de pasta agaloadas e com plumas...................12#000
    Um vestido e calção de seda azul com vestia de cetim branco bordada com seu caraxa [sic] ...................9#000
    Um vestia[3] de cetim branco de matiz...................1#600
    Um vestido e vestia de sarja de seda preta e calção de meia de seda preto...................4#000
    Um vestido e vestia de gorgorão[4] preto já velho[5]...................#800
    Uma casaca de pano verde garrafa...................6#000
    Uma dita de dito preto...................4#800
    Um vestido vestia e calção de pano preto já velho...................2#400
    Um robissão[6] de pano cor de vinho velho...................480
    Um dito de riscadinho azul em folha[7]...................2#400
    Duas jaquetas e calças de dito novas...................3#200
    Duas calças de riscadinho largas novas...................1#280
    Uma jaqueta de riscadinho e duas calças de ganga[8] amarela tudo velho...................#900
    Três calções pretos de diferentes fazendas velhos...................#960
    Dois coletes de seda preta velhos...................#600
    Dezessete ditos brancos de diferentes fazendas...................6#800
    Três camisolas de riscado azul...................1#500
    Uma camisola de tafetá alvadia...................#800
    Dois balandraus[9] de nobreza roxa...................9#600
    Uma capa de sarja de seda preta e um chapéu de Corte...................4#800
    Uma dita de sarja de seda preta já velha e duas bolsas de seda...................2#000
    Uma dita de lila[10] preta...................3#200
    [...]
    Seis robissões de baetão[11] escarlate em folha...................12#000
    [...]
    Três ceroulas[12] de pano de linho...................#720
    Vinte e três camisas de morim[13] em folha...................13#800
    Trinta e seis ditas de dito ordinárias...................18#000
    Quatro ditas de diferentes fazendas já usadas...................2#000
    Seis ditas de dito rotas...................1#200
    Treze pescocinhos[14] e quatro bacalhaus[15]...................1#700
    Doze pares de meias de linha e algodão...................2#400
    Quatro ditos de seda branca e pérola...................4#000
    Dois ditos de dita preta velhos...................#600
    [...]
    Um par de luvas de algodão novas...................#160
    [...]
    Seis lenços quadrados e uma cinta branca...................#560
    [...]
    Um chapéu fino armado velho...................#160
    [...]
    Cinco pares de sapatos e um de botas[16] velho...................1#200

     

    [1] Termo que pode designar o rinoceronte, sua fêmea, ou apenas o seu chifre, na Índia ou na África, conforme descrições datadas do século XVI, de que é exemplo o manuscrito Um sumário dos Reis de Portugal citado por Palmira Fontes da Costa (Filosofia e História da Biologia, v. 1, p. 247-269, 2006). Tal qual o marfim extraído dos elefantes, a abada era empregada para a confecção de diversos objetos de ornamentação e constituiu um dos itens da economia das áreas de colonização portuguesa como Moçambique. Foi muito utilizada na confecção de castões de bengalas, peça indispensável da indumentária masculina das camadas mais altas da sociedade no século XIX.

    [2] Acabamento, habitualmente em metal, osso ou marfim, usado no topo de bengalas.

    [3] Espécie de casaca, jaqueta ou longuíssimo colete que formava dois longos bicos sobre as coxas, usado pelos homens, principalmente no século XVIII, em locais públicos. No período colonial, até a transferência da corte para o Rio de Janeiro, os habitantes da cidade usavam as roupas no espaço público para esconder as formas, padrão distante do usado na Europa. A partir do período joanino, os hábitos mudaram, tendo a moda francesa se tornado referência para o vestuário.

    [4] Tecido encorpado de seda, de algodão ou de lã, com relevos compostos por finos cordões que formam uma trama semelhante a uma trança.

    [5] Termo muito utilizado nas descrições dos bens dos inventariados, demonstrando que, devido aos altos preços dos produtos manufaturados e à pequena circulação monetária, as roupas e tecidos eram utilizados por muito tempo, até ficarem gastos. E, mesmo velhos e gastos, eram arroladas nos inventários como um bem, ainda que mais barato, mas de valor. Durante o período colonial no Brasil, a produção manufatureira era incipiente, já que a prática mercantilista não permitia a concorrência da colônia com a metrópole, a exemplo do alvará de 1785, pelo qual a rainha d. Maria I proibira o estabelecimento de manufaturas no Brasil. As importações se faziam principalmente de produtos ingleses, cuja produção industrial estava em franco desenvolvimento, em especial, a indústria têxtil.

    [6] Espécie de sobrecasaca comprida que compunha o vestuário masculino do século XIX.

    [7] Designa que o objeto é novo, recém fabricado, ou que se encontra em bom estado. No Brasil colonial, devido os preços altos da maior parte dos tecidos e roupas, era raro existirem peças novas arroladas nos inventários, aquelas tinham seu valor condicionado ao estado: quanto mais nova a peça, mais dispendiosa se tornava.

    [8] Tecido resistente de algodão, em geral na cor azul ou amarelo, comumente empregado na produção de vestidos para as negras escravas. Na indumentária masculina, era usado para confecção de coletes, calções e macaquinhos.

    [9] Veste ampla, usada por certas irmandades em solenidades e cerimônias religiosas.

    [10] De origem francesa, da cidade de Lille, é um tecido antigo de lã, fino e lustroso. (BRUNO, Ernani Silva. Equipamentos, usos e costumes da casa brasileira: Objetos. São Paulo: Museu da Casa Brasileira, 2001)

    [11] Tecido de lã ou algodão, grosseiro de várias espessuras. Era muito utilizado nas vestimentas das escravas, principalmente o baetão preto, para a confecção de saias. O tecido também era empregado na fabricação de colchas, cobertores, cobertas e outras peças do vestuário, como capas e casacos.

    [12] Peça do vestuário masculino, semelhante a uma bermuda ou um macacão sob as vestimentas. No Brasil colonial, era comum que os homens se vestissem apenas com as ceroulas no espaço doméstico.

    [13] Tecido de algodão rústico, com tramas simples e acabamento engomado. O morim é a base para a chita, que se caracteriza pela estampa colorida de flores. Por ser de baixa qualidade, era usado frequentemente na fabricação de roupas para as escravas no período colonial.

    [14] Gola retirável, normalmente de cor branca, que poderia ser adaptada à camisa. Era habitualmente usada por religiosos.

    [15] Colarinhos largos e engomados que caem sobre o peito.

    [16] Após a transferência da Corte portuguesa, a importação e a comercialização de calçados, produzidos, em geral, em cetim e veludo, ficaram a cargo dos ingleses. Fazer uso dessa peça de indumentária era um atributo de distinção social, demonstrando que o indivíduo integrava uma camada privilegiada da sociedade. Em contrapartida, os escravos geralmente andavam descalços e, tão logo alcançavam sua liberdade, adquiriam um par de sapatos exibindo a mudança de posição social. As botas trazidas pelos portugueses, os borzeguins, foram adotadas na colônia, porém aquelas de uso militar foram as mais usadas, com cano alto, reto ou virado, chamadas botifarras. Seu uso se restringia aos mais ricos. No sul da colônia, em especial durante as guerras luso-castelhanas, desde o século XVI, as botas de garrão de potro, feita com as patas cortadas do animal, eram utilizadas por índios, gaúchos e tropeiros. Os imigrantes alemães, em meados do século XIX, e, posteriormente, outros europeus, como ingleses e italianos, contribuíram para o aperfeiçoamento da técnica de fabricação dos calçados no Brasil.

     

  • FREYRE, Gilberto. Modos de homem e modas de mulher. Rio de Janeiro: Record, 1986.

    KARASCH, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850). São Paulo: Cia. das Letras, 2000.

    MELLO e SOUZA, Gilda de. O espírito das roupas: a moda no século XIX. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

    SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Cultura e sociedade no Rio de Janeiro (1808-1821). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1978.

    _________. Vida privada e quotidiano no Brasil: na época de d. Maria I e d. João VI. Lisboa: Estampa, 1993.

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