A Companhia Britânica das Índias Orientais, East India Company (EIC), foi criada em 1600 com a finalidade de se tornar a representante comercial da Coroa Britânica a leste do Cabo da Boa Esperança. Assim, enquanto a Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC) monopolizava o comércio de especiarias na Indonésia, a EIC voltou-se para a Índia e posteriormente, para a China. O acesso direto da Inglaterra aos mercados orientais foi um objetivo construído no século XVI, quando os termos Oriente ou Índias Orientais, Ásia e Índia tinham diversos significados: "O Oriente poderia significar um número de localizações geográficas de onde produtos orientais exóticos emanavam. Também não havia muita precisão sobre o que os ingleses queriam do Oriente", escreve Philip Lawson (The East India Company: A History. Routledge, 1993). Para esse autor, embora a companhia tivesse motivações econômicas, foi impulsionada, na origem, por razões menos evidentes como o nacionalismo para suplantar o poder ibérico ou razões religiosas - para difundir o cristianismo e conter o poder islâmico na região. O apelo da pirataria, ou simplesmente a sede por conhecimento e o desejo de se aventurar, despertado em grande medida pela circunavegação do globo por Francis Drake entre 1577 e 1580, fomentaram a imaginação e o "fervor nacional protestante" dos ingleses. A Companhia iria criar em Surat um centro de comércio ou "fábrica" com o suporte do imperador Mogol, vindo estabelecer outros centros ao longo do século XVII, como Calcutá (Kolkata, 1690) e Bombaim (Mumbai, 1668) (https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-2078/as-mercadorias-da-companhia-das-indias-orientais/ ), centros esses que sustentaram o comércio triangular, com as trocas de metais preciosos por, principalmente, tecidos e especiarias, levados à Índia, às Índias Orientais, China, Inglaterra. Outro item que movimentou a rota do Oriente foi a exportação do ópio indiano, em alta no mercado, apesar da proibição chinesa. O ópio era trocado por chá, então enviado para a Inglaterra e as colônias na América do Norte, além outras mercadorias que seguiam nos navios, entre os quais os tecidos ingleses, a louça chinesa, a seda chinesa e persa, açúcar, servindo, também, ao tráfico de africanos escravizados. A EIC monopolizou o comércio com a Índia até 1813 e com a China, até 1833. Seu declínio foi marcado pelo estabelecimento de um governo britânico na Índia, com o controle total pela Coroa.